Esses dias eu tava falando sobre quando a minha mãe foi me visitar em Estocolmo, das coisas que ela estava curiosa pra conhecer, das que ela gostou e, obviamente, das coisas que não entraram na lista de coisas favoritas dela.
Ela comeu, dançou, visitou castelos e navios, passou um pouco de frio (17°C) e orgulhosamente fez algumas amizades se utilizando de um inglês que ela vinha praticando há alguns anos.
E essa e ela em Copenhague durante um dos passeios que a gente fez:
Durante o período que esteve por aqui, a gente organizou um festival de verão, convidando amigos, vizinhos e conhecidos pra celebrar a vida, do jeitinho que a gente faz na América latina. Com muita comida e um show de talentos muito divertido e cheio de apresentações que mostravam um lado bem íntimo de cada um de nós eu resolvi fazer uma homenagem pra ela, escrevendo e declamando um poema inspirado na música Mãe, do Emicida.
O poema:
Desde que eu saí de casa, em tudo eu via a voz de minha mãe
A mesma suavidade encontrei nos aromas das flores novas que conheci
Reparei a mesma força dela nas correntezas dos rios que cortam os horizontes mais exuberantes que avistei
A mesma calma eu senti nas brisa das manhãs dos dias mais confortáveis que já vivi
Percebi a mesma curiosidade dela nos olhares das crianças de tudo quanto foi lugar que já pisei
Reconheci em mim a paciência dela todas as vezes que alguém elogiou a maneira que eu explico as coisas
A sua energia sem fim todas as vezes que eu escolhi sorrir, cantar e dançar depois de concluir mais uma tarefa impossível
A coragem dela todas as vezes que eu encarei meus medos e conquistei mais um espaço que definitivamente não foi feito pra mim
E definitivamente escutei a sua voz me dizendo “Filho, respira, vai dar tudo certo, a gente tá aqui” todas as vezes que eu pensei em desistir
Hoje eu posso mostrar pra ela tudo o que a gente alcançou, correndo junto, mesmo que distante Mostrar pra ela que em tudo eu via a sua voz
Vocês também conseguem ver?